Porquê

Chamamo-nos Museus e Monumentos de Portugal. No nosso nome vive um “e”, conjunção que liga duas ou mais palavras. Ligar é reunir, relacionar, ativar, dar atenção e importância. No nosso nome vive também Portugal, mas Portugal não é uma abstração. É um território: do nordeste transmontano ao promontório de Sagres. Somos um país-museu aberto ao público.

Abraçamos uma multidão de singularidades. Dos quase quarenta espaços que estão à nossa guarda, seis são monumentos classificados pela UNESCO como Património Mundial, dezasseis são museus nacionais, todos têm um brilho próprio. Juntos, formam uma constelação de conhecimento e espanto. A força da arte e do património não é distante ou utópica. Temos de a inscrever no nosso quotidiano.

Acreditamos que nenhum museu, monumento e palácio é uma ilha, reduto de solidão e incomunicabilidade. Gostamos de pensar que somos um arquipélago, ilhas unidas pela proximidade e pela mesma origem geológica. Pisamos o mesmo chão, olhamos as mesmas estrelas, partilhamos uma identidade comum.

Caminhamos na boa companhia do Laboratório José de Figueiredo, do Arquivo de Documentação Fotográfica e da Rede Portuguesa de Museus. Dão-nos recursos, memória, escala. Confiaram-nos as chaves do Castelo de Guimarães e continuamos a construir a Coleção de Arte Contemporânea do Estado. Somos uma força do passado e damos passos em frente. O nosso legado é o futuro. Não temos medo dos paradoxos.

Sabemos que os museus, monumentos e palácios são lugares de contemplação e silêncio. Mas as pedras falam, as coleções têm opiniões, os visitantes nacionais e internacionais reclamam a qualificação da sua experiência. Queremos ouvir um barulho novo no silêncio dos museus.

Defendemos a democratização do acesso à cultura, a inclusão, a responsabilidade educativa, a diversificação de públicos. Vamos materializar estes desígnios por mais do que só palavras.

A Museus e Monumentos de Portugal é um plural majestático. Um plural de majestade é um plural de modéstia: quando dizemos nós, queremos dizer eu, tu, ele e ela. Contamos com a cumplicidade de todos os profissionais da cultura que agora nos acompanham, embaixadores da nossa missão e valores. Confiamos na inteligência coletiva.

A nossa história continua uma história interminável. A nossa história são as cenas dos próximos capítulos.

 

Cerimónia de início de atividade da Museus e Monumentos de Portugal

 

’O que há num nome?’ - Artigo publicado na edição de 6 de janeiro do jornal Público [PDF]

Museus e Monumentos de Portugal © 2024 é licenciado pela CC BY-NC 4.0
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