O Museu Nacional Soares dos Reis tem origem no Museu de Pinturas e Estampas e outros objetos de Belas Artes, criado em 1833 por D. Pedro IV. Com a proclamação da República, passou a designar-se Museu Soares dos Reis em memória de um dos mais destacados nomes da arte portuguesa. Em 1932, passou à categoria de Museu Nacional,
e encontra-se instalado desde 1940 no Palácio dos Carrancas.
Ao longo de uma história de quase 200 anos, o Museu Nacional Soares dos Reis reuniu um notável conjunto de coleções de cerâmica, escultura, gravura, ourivesaria e joalharia, pintura, têxtil e vidro.
Acolhe um conjunto de dez peças classificadas como Bens de Interesse Nacional, também designados de “tesouros nacionais”, como o enigmático e inquietante Autorretrato (c. 1900) de Aurélia de Souza, O Desterrado (1872) de Soares dos Reis, uma das mais importantes obras da escultura oitocentista portuguesa, o Busto Relicário de São Pantaleão (séculos XV e XVI), objeto devocional executado em prata dourada, a Senhora Vestida de Preto e Casas Brancas de Capri, duas obras-primas do pintor naturalista Henrique Pousão (1859-1884), a Crossa de Báculo Episcopal (1740), executada pelo famoso ourives italiano Antonio Arrighi, ou a Cruz Relicário e Par de Galhetas da Índia Mogol, raro testemunho de arte sacra que pertenceu à coleção privada do rei D. Luís I.
Na década de 1950, o Museu Nacional Soares dos Reis investiu na atualização das coleções de pintura e escultura com obras de artistas contemporâneos, como Amadeo de Souza-Cardoso, Júlio Resende, Ângelo de Sousa ou Álvaro Lapa, tendência que, após o 25 de Abril de 1974, tem continuidade no Centro de Arte Contemporânea, ponto de partida para o Museu Nacional de Arte Moderna, atual Fundação de Serralves. O Instituto Português de Museus marcou a remodelação do edifício em 2001 com o projeto de arquitetura do ateliê de Fernando Távora, dotando-o de novos espaços de reservas, exposições temporárias, auditório e serviço educativo.
Mais recentemente, em abril de 2023, o Museu Nacional Soares dos Reis inaugurou uma exposição de longa duração onde propõe um percurso com duas narrativas complementares: a primeira reflete a sua história e a forma como as coleções foram sendo integradas e a segunda valoriza os artistas e as suas obras. Aquele que foi o primeiro museu público de arte do país reposiciona-se e apresenta um novo olhar sobre o seu acervo, valorizando sempre o património cultural que integra e honrando a história de que é herdeiro.