Inaugurado em 2015, o novo Museu Nacional dos Coches foi projetado pelo arquiteto brasileiro Paulo Mendes da Rocha, prémio Pritzker em 2006, em parceria com o arquiteto português Ricardo Bak Gordon. Mais do que um museu, o projeto funciona como uma infraestrutura urbana, que oferece espaço público à cidade de Lisboa.
Convergiram assim duas preocupações: a necessidade imperativa de aumentar a área expositiva e a sua infraestrutura técnica de apoio, mas também a indispensabilidade de criar valências para o público daquele que é um dos museus mais visitados do país.
O Museu Nacional dos Coches reúne uma coleção única no mundo de viaturas de gala e de passeio dos séculos XVI a XIX, na sua maioria provenientes da Casa Real Portuguesa, a que se acrescentaram veículos vindos dos bens da Igreja e de coleções particulares. Apresenta um excelente conjunto que permite ao visitante a compreensão da evolução técnica e artística dos meios de transporte de tração animal, utilizados pelas cortes europeias até ao aparecimento do automóvel.
Estão expostas 70 viaturas, sendo a mais antiga datada do século XVI e a mais recente uma mala-posta do século XIX. Entre as peças encontra-se o Coche dos Oceanos, um dos nossos “tesouros nacionais”, que fez parte, em 1716, da embaixada enviada por D. João V ao papa Clemente XI.
Para além da coleção de viaturas hipomóveis, o Museu detém ainda um conjunto de peças que foram utilizadas no serviço das viaturas e cortejos de gala e outras ligadas à arte da cavalaria e aos jogos equestres, assim como uma coleção de retratos da família real portuguesa.
O novo edifício do Museu dos Coches é constituído por um pavilhão principal com uma nave suspensa e um anexo, com uma ligação aérea, que assegura a circulação entre os dois edifícios. A disposição espacial destes corpos cria uma espécie de pórtico que configura uma praça interna, zona de acesso livre e que se constitui também como um lugar de fruição pública.