O Museu Nacional de Machado de Castro é um dos mais importantes museus de Portugal. Foi assim denominado em homenagem ao destacado escultor conimbricense Machado de Castro (1731-1822). Abriu ao público em 1913, tendo António Augusto Gonçalves como primeiro diretor (1913-28). Em 1965, o Estado incluiu-o na lista dos Museus Nacionais, reconhecendo a sua excecional qualidade.
Em 2006, o museu encerrou para uma ampla renovação que incluiu a construção de um novo edifício, tendo reaberto no final de 2012. As atuais instalações integram três unidades interligadas: o criptopórtico romano, datado de meados do século I, faz parte do percurso de visita ao Museu, constituindo um dos seus mais importantes atrativos; o antigo Paço Episcopal, cujas primeiras edificações datam dos séculos XI ou XII, classificado como Monumento Nacional desde 1910; e o edifício novo, projeto do arquiteto Gonçalo Byrne que foi distinguido com o Piranesi/Prix de Rome em 2014, um dos mais relevantes prémios internacionais atribuídos a projetos construídos em conjuntos de importância patrimonial, com particular incidência na relação entre “projeto arquitetónico e herança arqueológica”.
O acervo do Museu Nacional de Machado de Castro procede maioritariamente da região de Coimbra, dos conventos, mosteiros e igrejas extintos politicamente em 1834, mas também dos colégios universitários e bispados, tendo sido enriquecido ao longo dos anos com aquisições pontuais e doações diversas, totalizando vários milhares de peças de arqueologia, escultura, ourivesaria, joalharia, pintura, desenho, cerâmica, têxteis e mobiliário.
A coleção inclui o núcleo mais representativo da produção escultórica de Coimbra dos séculos XIV a XVI, frequentemente em pedra de Ançã, destacando-se o Cristo no Túmulo (proveniente do Mosteiro de Santa Clara-a-Velha) e o Cristo Negro (proveniente do Mosteiro de Santa Cruz), ambos de autor desconhecido.
O acervo inclui uma importante coleção de ourivesaria sacra dos séculos XII a XVIII, incluindo algumas das obras-primas da ourivesaria portuguesa, como o cálice de D. Gueda Mendes (século XII), o tesouro da Rainha Santa Isabel, a Custódia manuelina da Sé de Coimbra (1527) e a Custódia do Sacramento (século XVIII). No que respeita à joalharia, o acervo é essencialmente constituído por peças dos séculos XVI a XVIII provenientes de casas religiosas, onde deram entrada enquanto dote de noviça, oferenda, doação régia ou legado. Expõe-se ainda uma coleção maioritariamente de pintura portuguesa dos séculos XV a XX, incluindo um interessante núcleo de pinturas flamengas do século XVI, onde se destaca o Tríptico da Paixão de Cristo (c. 1514-17), de Quentin Metsys.