Criado em 1884, habitando há quase 140 anos o Palácio Alvor e cumprindo mais de um século da atual designação, o Museu Nacional de Arte Antiga alberga a mais relevante coleção pública portuguesa, entre pintura, escultura, ourivesaria e artes decorativas europeias, de África e do Oriente.
Composto por mais de 40 mil itens, o seu acervo compreende o maior número de obras classificadas pelo Estado como “tesouros nacionais”. Engloba também, nos diversos domínios, obras de referência do património artístico mundial. Destacam-se os Painéis de São Vicente, de Nuno Gonçalves, obra-prima da pintura europeia do século XV, a Custódia de Belém, de Gil Vicente, mandada lavrar por D. Manuel I e datada de 1506, os Biombos Namban, final do século XVI, onde se regista a presença dos portugueses no Japão, As Tentações de Santo Antão, de Bosch, exemplo máximo da pintura flamenga do início do século XVI, São Jerónimo, de Dürer, inovadora representação do santo, e importantes obras de Memling, Rafael, Cranach ou Piero della Francesca.
Herança da História (com realce para as incorporações dos bens eclesiásticos e dos provenientes dos palácios reais), a coleção do Museu Nacional de Arte Antiga foi sendo engrandecida por generosas doações e importantes compras, ilustrando, em patamar de objetiva excelência, o que de melhor se produziu ou acumulou em Portugal, nos domínios acima enunciados, entre a Idade Média e os alvores da contemporaneidade.
Parceiro incontornável na atividade museológica internacional, ao Museu Nacional de Arte Antiga pertence, historicamente, a dignidade de museu nacional normal: o que define a norma, as boas práticas, de acordo com os padrões internacionais, seja em matéria de conservação e de museografia, seja no âmbito do seu Serviço de Educação, pioneiro no país.