O Museu do Abade de Baçal foi criado em 1915 sob a designação de Museu Regional de Obras de Arte, Peças Arqueológicas e Numismática de Bragança. Em 1935, passou a designar-se Museu do Abade de Baçal, em homenagem ao erudito, investigador e também diretor do Museu entre 1925 e 1935. Revestiu-se de grande importância para o Museu a ação de Raul Teixeira, diretor entre 1935 e 1955 e que desempenhou um papel decisivo na projeção e na angariação de parte significativa do seu acervo.
A exposição permanente distribui-se por catorze salas que permitem uma leitura da história do nordeste transmontano a partir das coleções que se encontram à sua guarda. Assim, o enquadramento geral é feito a partir da Sala do Território, que através de elementos etnográficos, históricos e artísticos nos permitem um primeiro contacto com esta área. Aqui, podemos observar os forais dos principais povoados transmontanos ou a bula papal que marca a criação da Diocese de Miranda do Douro. A Sala do Abade homenageia os fundadores do Museu.
A Sala da Arqueologia Pré-Romana a e Sala da Romanização transportam-nos aos tempos mais remotos das comunidades humanas, mostrando-nos a forma como evoluíram ao longo de milénios.
O segundo piso convida-nos a conhecer a magnífica capela do antigo Paço Episcopal, desdobrando-se numa sucessão de salas que nos permitem observar os legados do Coronel Ramires (numismática) e da Família Sá Vargas (ourivesaria e mobiliário), bem como a coleção Cagigal (faiança portuguesa) e os bens adquiridos em hasta pública quando da criação do Museu, constituindo uma verdadeira memória patrimonial e artística da Diocese de Bragança-Miranda.
As últimas salas apresentam-nos as coleções de pintura. Reunidas em boa medida por intervenção de Raul Teixeira, constituem uma das mais significativas amostras da pintura naturalista em Portugal, com obras de Silva Porto ou Marques de Oliveira, mas também com a presença de obras de artistas tão significativos como Veloso Salgado, Aurélia de Souza, José Malhoa ou Sarah Affonso. Destaque também para uma significativa coleção de pintura de Abel Salazar, e para as magníficas ilustrações de Almada Negreiros para as obras Fábulas e O Pórtico e a Nave, de Joaquim Manso.