Uma das primeiras fundações monásticas cistercienses em território português, o Mosteiro de Alcobaça tornou-se a principal casa desta Ordem religiosa, graças a uma continuada política de proteção régia, iniciada pelo primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques.
As dependências medievais ainda conservadas fazem do Mosteiro de Alcobaça um conjunto único no mundo, a que acrescem as edificações posteriores, dos séculos XVI a XVIII, importantes testemunhos da evolução da arquitetura portuguesa. Está inscrito na Lista do Património Mundial da UNESCO desde 1989.
A fundação da Abadia de Santa Maria de Alcobaça e respetiva Carta de Couto datam de 8 de abril de 1153. Os domínios da Ordem de Cister ficam assim consagrados. Os do Reino de Portugal, com a conquista das cidades de Santarém e de Lisboa, em 1147, avançaram para sul em direção à Linha do Tejo. Este facto obrigava a um povoamento rápido e eficaz para que a expansão cristã continuasse para sul. A proteção dos Coutos foi entregue à milícia da Ordem do Templo, isentando-os, tanto quanto possível, das investidas militares dos mouros. O ponto fulcral e irradiador de toda esta dinâmica era a própria abadia. A respetiva construção foi iniciada em 1178. Esta data está envolta em grande significado estratégico: quatro anos depois, São Bernardo foi canonizado. Será, decerto, uma das primeiras abadias da Ordem a ser construída já com esta intenção.
A importância do Mosteiro de Alcobaça evoluiu num crescendo cultural, religioso e ideológico. A sua monumentalidade é tanto mais evidente quanto mais límpida e austera é a sua arquitetura. Trata-se do primeiro ensaio de arquitetura gótica em Portugal, um modelo que ficou sem imediata continuidade e que não foi reproduzido a não ser muito mais tarde, funcionando como um polo quase isolado, uma joia branca na paisagem.