A Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves é um espaço museológico da cidade de Lisboa onde se expõe o acervo reunido pelo médico e colecionador António Anastácio Gonçalves.
O conjunto, com cerca de 3 mil obras, compõe-se de três grandes núcleos: pintura portuguesa dos séculos XIX e XX, porcelana chinesa e mobiliário português e estrangeiro. Existem ainda importantes núcleos de ourivesaria civil e sacra, pintura europeia, escultura portuguesa, cerâmica europeia, têxteis, numismática, medalhística, vidros e relógios de bolso de fabrico suíço e francês. Para além das obras reunidas pelo colecionador, a Casa-Museu encerra um significativo espólio documental e um conjunto de desenhos, aguarelas e pequenos artefactos pertencentes ao espólio do pintor Silva Porto.
A atual Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves, um projeto do arquiteto Norte Júnior datado de 1904-05, foi mandada construir pelo pintor José Malhoa para sua casa de habitação e ateliê de trabalho. A primeira casa-de-artista da capital, Prémio Valmor em 1905, integrava-se urbanisticamente no plano de crescimento da cidade de Lisboa. A “Casa-Malhoa” foi adquirida em 1932 pelo Dr. Anastácio Gonçalves (1889-1965), que ali viveu e organizou a sua coleção. Em 1969, por vontade expressa do colecionador, o edifício é legado ao Estado português para aí se criar um Museu que abre ao público em 1980.
Em 1996, com projeto dos arquitetos Frederico e Pedro George, foram realizadas obras de ampliação e beneficiação, anexando-se ao edifício original uma moradia contígua também assinada por Norte Júnior. O novo espaço proporcionou o alargamento da área de acolhimento do visitante com loja e zona para exposições temporárias. A Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves reabriu em dezembro de 1997 com a sua configuração atual.
Dado o relevante núcleo de pintura naturalista incluído na sua coleção, a Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves foi vinculada em 2012 à direção do Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado.